top of page

Logotipo

Texto do shalonita Werbert Cirilo

 

O TAU

O Tau é a décima nona letra do alfabeto grego equivalente a letra ‘t’ do alfabeto português. Por ser semelhante a uma cruz, numa reunião em 1215, ele foi adotado pelo Papa Inocêncio III como um símbolo cristão. São Francisco, que estava presente nesta reunião, assumiu também oTau[1] como símbolo de sua Ordem Religiosa: a Ordem dos Frades Menores.O crucifixo que primeiramente foi tomado e carregado pelos franciscanos traz três laços (nós). Esses laços são respectivamente os três votos religiosos: pobreza, castidade e obediência[2].

Em toda cristandade a cruz tornou-se o símbolo da fé dos cristãos. Não diferente, para o Movimento Shalom a cruz tem um significado muito importante, pois é o símbolo e identidade do amor do Cristo apaixonado que se entrega por nós. O crucifixo que nós shalonitas carregamos é o nosso compromisso em assumir o cristianismo. Assim, esse compromisso é com o próprio Jesus e, assim, todos nós assumimos mesmo que inconscientes a missão em ser no mundo um outro Cristo. E todas as vezes que olhamos para a cruz que trazemos no peito, recordamos as expressivas palavras da Jornada: “- O Cristo conta com você... E eu conto com a sua graça”!

 

A ROSA 

A rosa representa o louvor shalonita ao Deus da criação. Dizem que uma mística da Igreja costumava passar horas diante de uma rosa contemplando a criação e dizia que aquela belíssima flor “gritava”, no seu misterioso silêncio, a presença Divina. Ainda podemos dizer que rosa está para os shalonitas tanto quanto os ramos para a comunidade de Jerusalém ao saudarem Jesus na entrada triunfal nesta cidade. Portanto, todas as vezes que nos aproximamos do Santíssimo, chegamos munidos de rosas nas mãos e no coração. Deste modo, nunca deixamos de levar em nosso coração a rosa mais importante, como nos diz a canção: “- O importante é a rosa que há em mim[3]”. Tudo o que há de mais belo e de mais importante em nossa vida, ofertamos ao Cristo.

 

A POMBA 

Da mesma forma que no Evangelho, a pomba é a representação do Espírito Santo. O Texto Sagrado nos recorda a pomba da história do Dilúvio quando acontece a nova criação através da iniciativa divina (Gn 8). No Shalom, a oração ao Espírito está associada à Sagrada Escritura e à Missão da Igreja. O Espírito Santo é aquele que faz a Igreja descobrir a presença de Jesus caminhando junto com a comunidade e partindo o pão com ela. No interior do Movimento, o Sopro Divino possibilita que a Palavra Eterna chegue ao nosso coração e se encarne na nossa história de vida também sagrada. Esse mesmo Espírito nos ajuda: naboa audição da Palavra inspirada divinamente e no testemunho verdadeirodo seguimento a Jesus sendo sal da terra e luz do mundo (MT 5,13s). “- Eis a Palavra de Deus. Será a luz para a minha vida”.

 

A PALAVRA EM HEBRAICO (שלום)

Na cruz contém a palavra em hebraico: SHaLOM, que significa a paz. Não é apenas a ausência de guerra, mas muito mais que isso. Shalom é a paz interior, a paz divina que carregamos dentro do nosso ser. É a verdadeira paz que faz o amor acontecer entre nós. No mundo judaico, a cidade de Jerusalém que significa a cidade da paz é um símbolo importante para os judeus. Esta cidade, além de ser significativa sob o ponto de vista da religião é também simbolicamente lugar da presença divina, onde está situado o templo, lugar do encontro do humano com o divino, lugar da louvação e da adoração. Mesmo um judeu não estando em Jerusalém não está totalmente desprovido da presença da paz divina representada por esta cidade, pois todo judeu carrega Jerusalém dentro do próprio ser. Do mesmo modo, nós shalonitas carregamos Shalom dentro do coração que é a representação da vida e do amor. Assim somos, enquanto shalonitas, sacramentos da paz do ressuscitado, a paz verdadeira que no mundo e ao mundo levamos com muito amor.

 

______________________________

Notas:

[1] Na Bíblia encontramos um texto do profeta Ezequiel (Ez 9-3,4) que menciona o Tau. Esse texto foi relido pelos cristãos à luz do mistério da paixão do Cristo que trilhando as ruas de Jerusalém com sua cruz sela a salvação dos homens e mulheres. Diversos cristãos, teólogos e cientistas de áreas como arqueologia defendem que a cruz na qual Jesus foi pregado era em forma de T. Essa opinião não está sem fundamento, encontramos relatos antigos de cruzes feitas de diversas formas, principalmente, em forma de letra T. O condenado à morte carregava a parte de cima da cruz e, no momento que chegava ao calvário, apenas essa parte era encaixada no poste já fixado no local. Daí não seria uma cruz como tradicionalmente conhecemos + (comissa), senão uma cruz em forma de T (imissa).

[2] Assim, temos a pobreza evangélica entendida principalmente como: miséria de coração. Um coração pobre que sempre tem espaço (diferente de vazio) a ser ocupado; que não está embrenhado de futilidades e sim um coração que se abre e acolhe, vai e retrai, que se esvazia e se plenifica. A castidade é o bem do ser humano total. É a valorização e o cuidado (amor) do próprio corpo e do corpo do irmão. Todavia, não é apenas ao corpo que se refere a castidade. Temos que entender que a mente e o espírito compõem a totalidade do ser humano que busca se realizar plenamente. Assim, a castidade deve ser vivida tanto no namoro quanto no matrimônio. A obediência tem o seu valor como cumprimento da Palavra Divina. O termo latino equivalente à obediência é ob-audire que significa ouvir para cumprir, assim, a obediência é o ato de ouvir com atenção a voz divina pronunciada ao coração do homem, sem jamais se esquecer que ao chamado que Deus nos faz ao coração nós respondemos com a nossa vida.

[3] Música de Gilbert Bécaud: tradução da música: L’important c'est la rose.

 Movimento de Shalom da  Arquidiocese de Mariana. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page