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ESTALAGENS

  • Alberto Grossi
  • 10 de jan. de 2018
  • 4 min de leitura

Era noite em Belém. O silêncio inebriava uma gruta. Certamente, mal cheirosa, por causa da presença de animais e seus excrementos. De repente, um casal embrenha naquele local, para pernoitar. Já tinha feito uma longa viagem, no lombo de um jumento e batido em várias portas, pedindo pousada e solicitando acolhida em inúmeras estalagens. As casas estavam apinhadas de gente; os corações, fechados. A mulher, às portas de dar a luz. Estou falando de você, José e de você, Maria. Quanto amor no seu coração, José! E no seu, Maria! Na cabeça da maioria dos homens do nosso tempo e, provavelmente, nos do seu, José, uma pergunta bailou na cabeça: como aceitar sob o teto, uma mulher que apareceu grávida, antes de co-habitarem? Amar um filho de outrem? Aos olhos humanos, não dá para compreender! Há situações que só conseguimos enxergar e discernir, à luz da fé! E DEUS lhe enviou o Anjo Gabriel, para desvendar esse mistério. E o Anjo lhe disse: - “Não temas, José, receber Maria, como tua esposa, porque ela está grávida, por obra do ESPÍRITO SANTO”! Sei José, que em momento algum, duvidaste da fidelidade, daquela que lhe fora prometida em casamento. Pensaste em abandoná-la em segredo, tão somente para que ela não corresse o risco da difamação. E isto doeu profundamente em seu coração! O amor, às vezes dói, mas é ele que dá sentido à nossa vida! José, fico a imaginar você limpando aquela gruta. Um lugar simplíssimo, tão humilde! Longe dos olhos das pessoas! Presente de DEUS-PAI para você, José! O primeiro a contemplar o MENINO-DEUS! Como você ficou feliz! Extasiado! Olhar banhado em lágrimas de contentamento! Volto no tempo e viajo até aquela gruta, Maria! Volvo o meu olhar no tênue corpo do Menino Jesus. E suas cândidas mãos, o acariciando! Ouço o coro celestial, entoando o cântico: glória a DEUS nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade! Chego no momento da visita dos pastores e também faço a minha visita. Perduro até a chegada dos reis magos e, assim como eles, oferto como presente, o meu desejo de amar e de me colocar como servo. E o meu coração. Sei que ele é pobríssimo, mas anseio fazer dele, uma verdadeira estalagem. Sacrário vivo, onde você, JESUS, possa morar para sempre e, de minha parte, eu possa adorá-lo, no tabernáculo do meu coração. E quando ele não conseguir mais pulsar, eu possa, transfigurado, contemplá-lo para sempre, na estalagem do Céu! Alberto Grossi Teixeira (Betinho) Alto Rio Doce – MG -

JOSÉ FIDELÍSSIMO! José, você é grande! Imensamente grande! Grande em humildade, simplicidade, coragem, resignação, amor, fé. O PAI DO CÉU o escolheu, para pai do Filho dele. Não pai biológico, mas nutrício. Protetor, orientador. Pai do seu Senhor! Do Cristo Salvador! Pai na alegria e na dor. Fico a imaginar como foi o momento do nascer de JESUS! Não tinha luz elétrica. Apenas o cintilar de estrelas. O firmamento como teto. Não tinha Médico. Enfermeira. Um local desconfortável para qualquer parturiente. Posso ouvir o pulsar do seu ansioso coração. Consigo ver o seu sorriso largo, quando JESUS saiu do ventre de sua virginal esposa e os seus olhos lacrimejantes de alegria! Que agradável surpresa, quando pastores de Belém embrenharam naquela gruta, movidos pela fé no anúncio da boa nova, feita pelo Anjo Gabriel e confirmada por imenso coro celestial. Quão bela a visita dos reis magos, que vieram de longe, adorar o Menino-Deus e ofertar-lhe suas prendas, o que lhes havia de melhor; prostrar-se diante dele. Embrenho no seu coração, José, em suas entranhas e, tal qual você, levo um grande susto, quando o Mensageiro do Senhor lhe comunica que Herodes queria matar o menino e ordena que fuja, imediatamente, para o Egito. Você se levanta bruscamente, arreia o jumentinho, acorda sua esposa e o filho e bate em retirada, sem questionar. Coração aberto à revelação divina. Você é ser humano, José e, durante a fuga, certamente sentiu medo, muito medo! Medo de serem encontrados e mortos! Receio do por vir. De não serem acolhidos. De serem rejeitados. Me conte, José, como você fez para subsistir, em um País desconhecido? Pessoas tão diferentes; às vezes desconfiadas. Deve ter sido imensamente difícil arrumar fregueses! Quanto tempo você permaneceu foragido? Escondido? Como ficou o seu coração, quando recebeu a boa notícia de que você e sua família poderia voltar à terra mãe, porque Herodes já havia morrido? Arrebatado pela fé e guiado pela confiança, você retornou e foi morar em Nazaré. Doze anos de convivência com JESUS e, nova espada de dor, lhe transpassou a alma. Três dias sem a presença do filho. Ele havia ficado em Jerusalém e você pensando que ele estava caminhando com os parentes. Três dias de buscas pelo paradeiro dele. Coração angustiado. Dor dividida com sua imaculada esposa e alguns de seus parentes. Quanta alegria provocou em seu coração, aquele reencontro! E quando a mãe partilhou a dor que havia sentido, fruto daquela ausência de três dias, o que dizer e como explicar a resposta do Menino Jesus: “Por que me procuráveis. Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?” Com certeza, não entenderam nada! A Palavra nos revela que Maria guardava todas aquelas palavras, e as meditava em silêncio, no seu coração, mas creio que você, José, também o fazia. José, a vivência da fé, exige paciência, resignação, confiança e, sobretudo, fidelidade! E você, José, foi fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença! Fidelíssimo aos Projetos de DEUS! Até as últimas conseqüências! Interceda por nós, São José, para que sejamos fiéis, aos Projetos do SENHOR! Alberto Grossi Teixeira (Betinho) Alto Rio Doce - MG

 
 
 

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